Diversos meios de comunicação noticiaram recentemente um balanço da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que mostrou uma perda de 3 milhões de clientes dos planos de saúde, o que teria levado ao fechamento de 100 operadoras.
Já falamos aqui sobre o momento de crise que vive o setor no Brasil. Além disso, tentativas recentes de flexibilizar o mercado, como a instituição da franquia acabaram sendo barradas na Justiça.
Neste quadro, a constatação é que o mercado vive um impasse que pode tornar a comercialização de planos de saúde no País algo realmente inviável.
Os fatores para isso são diversos e vão desde o envelhecimento da população, que levará à utilização dos serviços por um longo período, passam pelos limites de reajustes e por crises econômicas.
O cenário acabou agravado pela presente recessão que afetou a disponibilidade financeira de boa parte da população, que faz parte dos planos coletivos, responsável por 80% do mercado.
A questão dos reajustes afeta o cenário já que a ANS limita em até 10% o aumento dos planos individuais, mas não coloca limites para a expansão dos planos coletivos.
Segundo artigo do jornal O Estado de S. Paulo, “em 2017 foram 1,5 bilhão de procedimentos (consultas, atendimentos ambulatoriais, exames, terapias, internações e procedimentos odontológicos), 3,4% mais do que em 2016. Além do desperdício, as fraudes e a judicialização, tanto no SUS quanto no serviço privado, encarecem o serviço”.
ROMBO
O quadro fica ainda mais grave quando se coloca na conta a dívida dos planos com o SUS (Sistema Único de Saúde). Desde 1998, uma lei obriga as operadoras a pagar o ressarcimento de consultas feitas no sistema público a pacientes que possuem planos.
Essa judicialização afeta o balanço financeiro das empresas, o que levou certamente, algumas dessas operadoras a fecharem suas portas.
As empresas de planos de saúde têm tentado superar a crise apostando na prevenção de doenças e no estímulo a hábitos mais saudáveis, visando a redução no número de procedimentos.
Outra aposta está nos meios tecnológicos, como a adoção de sistemas eletrônicos para tentar reduzir custos e oferecer novas soluções. Mas esse tipo de autorização ainda depende da ANS.
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