A rotina de um médico é complexa e conta com consultas, cirurgias, reuniões, simpósios e outros eventos, que somados chegam a tomar mais de 60 horas semanais. Sendo assim, nem sempre sobra tempo para gerir as finanças.
A estratégia de proteção do patrimônio começa pela adoção de um planejamento financeiro que contemple o controle das receitas, a definição de investimentos, a constituição de uma reserva financeira e a adoção de instrumentos de blindagem patrimonial.
Tudo começa pela organização das obrigações financeiras do consultório. Neste aspecto a adoção de um software de gestão financeira pode ajudar na otimização de tarefas, como pagamento de fornecedores, de salários e ao mesmo fornecerá uma noção mais exata do fluxo de caixa e das disponibilidades financeiras.
Além disso, com uma projeção financeira mais clara é o momento de realizar e diversificar os investimentos, alocando recursos em renda fixa, variável e em ações.
Para este ano, as apostas de diversos analistas está em alguns instrumentos de renda fixa, como as debêntures, que são títulos emitidos por empresas e servem para financiar dívidas ou projetos de companhias privadas.
Outra opção que aparece no horizonte são as LCI (Letra de Crédito Imobiliária) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), aplicações que, na prática, servem para capitalização de bancos e instituições financeiras. Esse tipo de investimento chega a render 105% do CDI.
É importante observar também que a elaboração de estratégias de investimento passa pela educação financeira. O profissional que estiver disposto a melhorar a qualidade de suas aplicações, pode estudar por conta própria – por meio de cursos, blogs especializados e livros – ou contratar uma assessoria que vai auxiliá-lo nas opções disponíveis no mercado.
Também é possível encontrar na internet diversas histórias de profissionais da saúde que se tornaram investidores de sucesso na Bolsa.
O médico também não pode perder de vista que emergências podem acontecer e caso seja pego de surpresa por algum evento desse tipo, deve ter alguma disponibilidade financeira.
FUTURO Com uma vida financeira mais organizada, também é possível começar a pensar na sucessão patrimonial.
Uma ferramenta importante para isso são as trusts. Em uma definição rápida, “o termo trust se refere a relações jurídicas criadas – inter vivos ou após a morte – por alguém, o outorgante, quando os bens forem colocados sob controle de um curador para o benefício de um beneficiário ou para alguma finalidade específica.”
Na prática, o trust é um fundo estabelecido por meio de contrato e é formado por três partes: o settlor ou instituidor, é aquele que deposita seus bens ou valores para a formação da estrutura, o curador, que faz a administração dos bons e o beneficiário que receberá os rendimentos depositados.
Essa estrutura patrimonial pode ser simples destinando a distribuição no momento em que é concluída. Temos ainda a discricionária, que dá ao administrador a possibilidade de acumular renda e determinar as formas de distribuição ao beneficiário.
Uma das características das trusts é a proteção do patrimônio. No entanto existe um interesse fiscal, justamente para evitar a evasão fiscal, pois ao se constituir o instrumento o instituidor pode escapar da totalidade ou de parte dos impostos sobre herança e sobre a renda, seja por meio da omissão de informações, de falsas declarações ou da produção de documentos que contenham informações falsas ou distorcidas.
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