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Foto do escritorRoger Correa

Venezuela e sua crise sem fim

Inflação de 13.000%, desabastecimento de itens básicos e praticamente o fim do varejo, são apenas alguns aspectos da devastação sofrida pela economia venezuelana nos últimos anos.


A lista de culpados é puxada pelo falecido ex-ditador Hugo Chávez que teve um governo intervencionista, que estatizou empresas e colocou o país no abismo.


O processo de decadência venezuelana foi acentuado desde que o socialista chegou ao poder. O país chegou a ser um dos mais ricos da América Latina, entre os anos 1970 e 1990, apesar de uma acentuada desigualdade de renda. 



Para se ter uma ideia, na conturbada década de 1980, a Venezuela só teve PIB negativo em 1983, quando toda a América Latina sofreu com moratórias de diversos países, em 1989, quando o país teve uma crise denominada Caracazo – uma espécie de ensaio para os tempos atuais.


Antes da chegada de Hugo Chávez ao poder por meio de eleições, (ele já havia tentado um golpe de estado em 1992) chegou a registrar crescimento de 6,4% em 1997.


Ao tentar controlar preços e estabelecer um planejamento central da economia, os chavistas começaram a mergulhar o país no caos. Em 2002, após uma greve de petroleiros, uma tentativa de golpe militar chegou a afastar Chávez do poder.


Em seu retorno, a crise teve um contorno e a economia do país foi beneficiada pelo aumento dos preços do petróleo. Além disso, o Brasil, na figura de Lula, foi generoso em incentivar investimentos em infraestrutura naquele país.


Já o herdeiro político de Chávez, Nicolás Maduro, conseguiu aprofundar ainda mais o quadro. Em sua gestão, empresas como Coca-Cola, Kimberly-Clark, Citibank, Pepsico e Kraft deixaram o país e agravaram ainda mais a crise.


Os efeitos da escassez resultaram em um forte êxodo de pessoas. Se nos primeiros anos do regime chavista, ainda existiam recursos para uma fuga até Europa ou Estados Unidos, nos últimos anos restou aos venezuelanos apenas fugir para o Norte do Brasil.


Neste panorama, a situação é ainda mais dramática pela maneira como os venezuelanos foram afetados pela crise. Uma pesquisa feita por universidades do país mostrou que 64,7% da população chegou a perder 11,4 quilos por conta da desnutrição.


RESULTADOS Com o desgaste sofrido pela sociedade e pela fuga cada vez mais intensa de pessoas, o questionamento que fica é sobre até quando o país aguenta.


Politicamente, o governo de Maduro aprofundou ainda mais a repressão aos opositores e após uma eleição cercada de suspeita de fraudes, às quais boa parte da oposição se recusou a participar, não há sinais de qualquer mudança.


As previsões para o futuro acabam sendo sombrias, pois sem uma mudança radical, o país tende a se manter como o mais pobre da América Latina.

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