Já falamos neste começo de ano sobre as perspectivas para a economia brasileira e para a economia americana. Prosseguindo neste tema vamos tratar de um importante termômetro da situação atual: o mercado de ações, mais precisamente os IPOs.
A abertura de capital quase sempre é cercada de expectativa e representa, para a empresa que adere a esse tipo de programa, uma oportunidade de expandir seus negócios e principalmente de elevar seu valor de mercado.
Para você, que pretende investir nesse tipo de oferta, é importante observar que isso demanda planejamento, conhecimento do mercado no qual a empresa está inserida e também paciência para que o retorno do investimento chegue no momento correto.
Outro ponto que merece atenção é que uma valorização muito forte no momento do começo da oferta pode não significar uma valorização a longo prazo. Por isso, é necessário ter uma estratégia definida e orientação de um profissional especializado.
Além disso, é necessário ficar atento aos prospectos das ofertas e se possível, o investidor deve tentar participar de algum roadshow, quando a programação é melhor detalhada.
Como funcionam os IPOs no Brasil?
O cenário brasileiro, apesar da recuperação tímida e dos riscos que a economia ainda corre, está mais propício para novos lançamentos de ações na bolsa.
No radar dos principais bancos e corretoras estão possíveis IPOs do Banco Inter, da rede de academias Smart Fit, da Algar Telecom e da loja de brinquedos Ri Happy.
De acordo com levantamento feito pela consultoria Economática, foram nove IPOs realizados na bolsa brasileira em 2017. Somados, chegaram a R$ 81,3 bilhões em valor de mercado. Entre as empresas que realizaram o procedimento estão o Carrefour Brasil, BR Distribuidora, IRB Brasil, Azul Linhas Aéreas, Laboratório Hermes Pardini, Burger King Brasil e Camil.
O estudo apontou também que o retorno das ações dessas empresas acabou sendo misto. Enquanto a oferta da Hermes Pardini, conseguiu chegar a 77,09% de rentabilidade, o da locadora de carros Movida teve retração de 8%.
A possível expansão dos IPOs no Brasil abre espaço ainda para uma modalidade de seguro, chamado de POSI (Public Offering Securities Insurance), que garante proteção contra eventuais prejuízos por erros nos prospectos ou até mesmo informações imprecisas ou incompletas e que são ventiladas durante as reuniões de executivos com o mercado.
E nos Estados Unidos, como os IPOs funcionam?
A Economática realizou ainda levantamento sobre os 157 IPOs realizados em terras norte-americanas em 2017.
Conforme a pesquisa, do total de ofertas, 121 foram de empresas americanas, enquanto 21 de companhias chinesas. O Brasil marcou posição com o início da venda das ações da PagSeguro, empresa que administra formas de pagamento eletrônico. A emissão pode ser considerada um sucesso e teria chegado a US$ 2,6 bilhões em sua oferta inicial.
Um dado interessante do estudo da consultoria apontou que duas empresas argentinas, Loma Negra, do setor de cimento e Despegar.com, site de reservas de passagens e hotéis, conseguiram retornos superiores a 15% no ano passado.
Para este ano estão previstos IPOs de companhias como a Bioceres, Huami e Quintana Energy Services.
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