Hoje quero falar contigo sobre um tema muito importante, que nem sempre aparece no radar dos investidores: a adoção de uma estratégia de investimentos globais.
O Brasil tem hoje um mercado de capitais que representa menos de 1% do total mundial, mesmo sendo a nona economia do mundo.
Recentemente participei de uma live (https://www.youtube.com/watch?v=jz3-KuoeNI0&feature=youtu.be) com o Leonardo Cardoso, CFA e CIO da Brazen Capital, sediada em Nova Iorque, e discutimos diversos aspectos dentro desse panorama.
Cardoso apresentou dados interessantes, que mostram os benefícios da diversificação dos investimentos. “Os investidores alocam 99% do seu capital por aqui. Restringir esse universo de investimento não traz benefício algum e o retorno ao portfólio justo fica afetado”, pontuou.
Para embasar essa visão, o executivo destacou que o PIB mundial de 2019 teve participação de 23,89% dos Estados Unidos, a maior economia mundial. “A dimensão de oportunidades fora do Brasil é gigante”, resumiu.
Ou seja, investir nos EUA é ampliar um sem número de possibilidades, já que o país representa 54% do volume de investimentos mundiais, enquanto o Brasil corresponde a 0,58%.
Em outro momento da apresentação foram ressaltados pontos importantes como o fato do mercado brasileiro concentrar apenas 2% do capital de renda fixa e 0,6% de renda variável.
Mas por que você deve começar a investir lá fora? Quais os benefícios disso?
Em primeiro lugar, a diversificação da carteira, com o acréscimo de ativos de fora do Brasil, fornece um retorno muito mais equilibrado e consistente aos investimentos.
Os números mostram os mercados internacionais andam em sintonias diferentes, com perdas maiores registradas no Brasil.
Um exemplo bem ilustrativo disso vem de um levantamento que compara o S&P com o IBOVESPA.
Durante 40 anos (10 mil dias úteis), o índice norte-americano daria retorno de 8,1% para o investidor que ficasse investidos todos os dias. Se ele perdesse 10 dos melhores dias, ainda teria ganhos de 6% e se deixasse de estar no mercado durante os 50 melhores dias, recuperaria 1,4% do total investido. Isso mostra a consistência do mercado norte-americano.
Já no caso do Ibovespa, se um investidor ficasse no mercado por 25 anos teria registrado um ganho de 12%. Mas, se perdesse os 50 dias de maiores altas, teria prejuízo de 6,6% ao final do período.
Neste caso, os investimentos em ativos no exterior, reduz o impacto dos eventos locais na carteira de investimentos. É bastante claro que há momentos bons no mercado brasileiro, mas o comportamento histórico aponta para ganhos elevados e para perdas igualmente elevadas.
CONTROLE E EQUILÍBRIO
Além de expandir a carteira de investimentos para o cenário internacional, outro ponto que deve estar no radar do investidor é o controle das emoções.
Sensações de euforia e depressão fazem parte da natureza humana e, por tabela, influenciam também as decisões sobre investimentos.
Sendo assim, dominar esses momentos e entender o funcionamento do mercado fazem parte dessa estratégia.
Um fator que indica a necessidade desse controle reside no fato das crises terem particularidades.
Vivemos em meio à pandemia, sem dúvida uma das piores crises da história. E ainda assim há diferenças substanciais quando comparamos o atual momento com a depressão econômica de 2008, que fez com que boa parte dos mercados levasse quase 10 anos para retornarem aos números anteriores.
Entre março e maio deste ano, talvez o pior momento dos problemas gerados pelo covid-19, o S&P sofreu retração de 20%, queda relativamente baixa em relação a outros índices.
Participar do mercado demanda a consciência de quando e quanto vender e comprar novamente.
É possível também aumentar ou reduzir a exposição ao risco. Mas é necessário estar sempre investido ou corre-se o risco de perder o barco.
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