Você já imaginou proteger seu patrimônio ao aplicar na maior economia do mundo, os Estados Unidos? Ao mesmo tempo, já pensou nos riscos que corre ao manter todos seus recursos no Brasil? Você sabia que não é proibido investir fora do país? Mas o incentivo não existe e, em alguns casos típicos de grandes bancos onde o governo é o maior acionista, a burocracia para retirada de moeda do país é gigante, justamente para inibir o investidor de prosseguir. Uma forma de começar a entender este quadro é compreender a dolarização e como ela pode melhorar o seu patrimônio. Compreender o efeito do câmbio é fundamental neste caso.
De acordo com Fabrício A. C. Vieira, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Viçosa, em tese apresentada, para os economistas Calvo e Rodrigues (1977), Ortiz (1983), Branson e Henderson (1985), Guidotti e Rodríguez (1992), a dolarização é a substituição da moeda doméstica por uma moeda externa forte em economias com problemas de alta inflação – currency substitution.
Por sua vez, Ize e Yeyati (2003) defendem que dolarização financeira “é a manutenção, pelos residentes (especialmente bancos e firmas) de um país, de uma parcela significativa de seus ativos e/ou passivos em moeda externa, geralmente o dólar”. Esta característica é observada em muitos países em desenvolvimento que apresentaram histórico de inflação alta, como Argentina, Bolívia, Brasil e Peru e também países mais desenvolvidos, como China, Holanda e Reino Unido. Nesse sentido, a dolarização financeira passa a ser definida “como substituição de ativos (indirect currency substitution), em que o dólar é usado principalmente como reserva de valor”.
Agora vamos falar um pouco sobre o que acontece no nosso país. Você está ciente do risco no Brasil? Das crises econômica, fiscal e política? Da alta carga tributária? Da necessidade de reformas, prometidas há décadas e nunca cumpridas? Sem falar do protecionismo governamental contra a entrada do capital estrangeiro em setores de impacto? Dos impostos de 100% na entrada de produtos importados no Brasil? Só na área automotiva, um carro chega a custar cinco vezes mais. Um Toyota Corolla custa nos EUA US$ 19.572,00 e no Brasil o mesmo carro custa R$ 92.960,00.
Imagine um comparativo de US$ 1 equiparado a R$ 1. Ganho em dólar e gasto em dólar. Ganho em real e gasto em real. Na proporção, o mesmo veículo me custa 5 vezes mais no Brasil.
O primeiro passo para escapar do cenário negativo é iniciar um processo de dolarização de parte do seu patrimônio hoje. Ao transformar seus recursos atuais na moeda norte-americana, você estará buscando uma fatia do maior mercado mundial, além de estar criando um “hedge” contra a moeda brasileira visto os problemas mencionados acima.
O dinheiro sai do Brasil, de forma legítima, via Banco Central, passando por seu Imposto de Renda com o Código do BC, o envio 67500.
Disponibilidade no Exterior. Abre-se uma conta em um banco americano, por exemplo, ou de outro país e a partir daí inicia-se investimentos diversificados, agora em dólar.
Imagine, se ao longo de sua vida, você tivesse sido instruído por seu consultor financeiro que 20% ou 30% de seu patrimônio total deveria sempre permanecer em dólar. Como teria sido sua vida financeira? Você se sentiria mais seguro contra todo o mencionado acima no que tange o Brasil?
Vamos a um exemplo prático. Se um empresário tivesse investido em dólar, no ano 2000, e mantido até hoje, teria sofrido pouco com variações cambiais. Na comparação com o real, o dólar ficou entre R$ 1,60 e R$ 4,02, com picos relacionados a riscos pontuais.
Além disso, em um conceito americano de “dollar cost averaging” teria remetido dinheiro ao exterior em parcelas anuais ou mensais e dessa forma teria comprado dólar com as oscilações descritas acima, porém também teria mantido um dólar médio de compra dessa forma criando um valor médio entre o pico mais baixo e o mais alto.
Lembrando ainda que o benefício do investimento também estaria dolarizado. Em resumo, dois pesos e duas medidas. O mais importante é que garantiria seus recursos em dólar, a moeda mais forte do mundo.
É importante ressaltar que a dolarização demanda planejamento financeiro e tempo, que quanto antes for feito mais chances tem de dar certo.
Cabe ainda mencionar como indicador do descrito acima que boa parte dos outros países formam suas reservas cambiais em dólar. O Brasil chegou ao mês de outubro com US$ 381,2 bilhões em recursos. Como efeito de comparação, a China, segunda maior economia, possui mais de US$ 3 trilhões em reservas.
A dolarização no Brasil
Até um passado recente, a economia brasileira sofria com choques econômicos e hiperinflação. Este ‘trauma’ deixou cicatrizes que hoje se traduzem em mudanças constantes na legislação.
Comentamos recentemente sobre a possibilidade de aumento no ITCMD, já que os riscos não são pequenos.
Outro ponto que preocupa é a corrupção por parte do governo. Os níveis tomaram proporções nunca vistas antes. Isso impacta diretamente no desenvolvimento do país e por tabela afeta a sua vida.
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