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Dólar alto traz desafios e oportunidades para os investidores

Atualizado: 4 de ago. de 2020

Com uma alta superior aos 35% no primeiro semestre de 2020, o dólar tem entrado cada vez mais no radar do mercado. Isso porque os impactos da expansão da moeda norte-americana frente ao real podem afetar os seus investimentos, mas também podem se tornar uma oportunidade.

Neste texto quero falar com você sobre as projeções para o dólar nos próximos meses e qual será o reflexo disso no cenário atual.

Entre os fatores que podem ainda impactar o quadro estão as eleições presidenciais nos Estados Unidos e as dúvidas sobre a retomada da economia mundial no cenário de pandemia.

Segundo o boletim Focus, do Banco Central do Brasil (BC), a estimativa é que a moeda feche o ano de 2020 em R$ 5,20, caindo para R$ 5,00 em 2021 e para R$ 4,80 no ano seguinte.

Por sua vez, o banco UBS estimou, em abril, que o dólar poderia encerrar este ano na cotação de R$ 4,95, sendo influenciada por uma possível redução do risco-país.

Já o Goldman Sachs também seguiu numa linha de projeções de queda da moeda dos Estados Unidos no segundo semestre. Segundo o banco, com a reabertura gradativa das economias mundiais haveria uma tendência maior dos investidores migrarem suas apostas em ativos de maior risco, como a bolsa de valores.

A instituição ainda citou como razões da previsão o “processo de reabertura constante, evidências limitadas de uma recuperação nas taxas de infecção por Covid e o incentivo a ações políticas como o progresso no Fundo de Recuperação da União Europeia”, um programa de empréstimos de 750 bilhões de euros (US$ 834,1 bilhões), projetado para ajudar a fortalecer a economia do Velho Continente após a pandemia.

Agora vamos seguir para os efeitos que a elevação do dólar pode ter nos seus investimentos.

RENDA VARIÁVEL


Apesar da bolsa brasileira ter mostrado uma tendência de recuperação nas últimas semanas, puxada principalmente pelos setores varejista e financeiro, a fuga de recursos segue intensa, já chegando próxima dos R$ 75 bilhões no acumulado deste ano.

Este movimento acaba refletindo numa volatilidade maior nos mercados acionários e o investidor deve estar atento ao comportamento dos papéis.

Por outro lado, as empresas que dependem de exportações acabam tendo a possibilidade de ampliar suas margens de lucro, principalmente pelo fato de terem suas receitas convertidas em moedas mais valorizadas (dólar e euro principalmente). Sendo assim, suas ações podem desempenhar melhor no momento atual.

Além disso, nesta fase de grandes variações da taxa de câmbio, também é natural que os movimentos de hedge privilegiem ações de empresas que possuem rendimentos em dólar.

A diversificação de investimentos em renda variável é outra estratégia que deve ser adotada neste cenário, que ainda conta com muita instabilidade.

Os fundos de investimento multimercado, por investirem em ativos distintos, costumam ter possibilidades maiores de adaptação. Estes fundos têm potencial para entregar resultados em diversas situações, fazendo com que sejam uma boa opção de investimento para quem quer se proteger das oscilações do dólar.

A alta do dólar pode influenciar de maneira efetiva diversos setores, trazendo efeitos em várias áreas da economia. Entender esse processo demanda muita atenção e cautela. Alocar seu capital e proteger o seu patrimônio se tornam muito importantes e procurar a ajuda de profissionais capacitados é fundamental.

RENDA FIXA


A queda da Selic para 2,25% em junho deste ano pode ter desanimado parte dos investidores. Mas ainda existem algumas opções nesta modalidade, importante para o equilíbrio de um portfólio de investimentos.

Diversas instituições financeiras têm disponibilizado investimentos em DI simples com taxa zero. Outros bancos, por sua vez, possuem CDBs, que apesar de oferecerem rentabilidade baixa (menos de 100% do CDI) podem ser uma alternativa para reservas destinadas à emergências.

Outra opção que pode ter saído do radar dos investidores, pela queda na taxa básica de juros, é o Tesouro Direto. Apesar da rentabilidade ainda ser baixa, é uma alternativa de segurança, com rendimentos próximos aos 6%, a depender da modalidade.

INVESTIR EM DÓLAR?



Neste momento pode surgir o questionamento se seria o momento adequado para investir em dólar. A resposta é complexa, já que as projeções citadas acima mostram que a tendência é de queda ou estabilização das cotações.

Por outro lado, o dólar está atrelado a maior economia do mundo, que sempre mostra capacidade de recuperação e de novas oportunidades de investimentos.

IMPACTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA



A indústria brasileira foi impactada pela variação cambial. O indicador de custos industriais subiu 2,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os três últimos meses de 2019. O índice foi puxado principalmente pelo aumento dos custos de produção ligados ao aumento do dólar, de acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

A explicação é que, como o dólar ficou mais caro, os insumos importados também avançaram, com alta de 6,8%. O custo com combustíveis, também cotado com base no preço da moeda norte-americana, subiu 7,9% no mesmo período e influenciou a alta nos custos industriais.

A CNI destacou que “Os custos cresceram mais que os preços das mercadorias produzidas, indicando perda de lucratividade da Indústria brasileira no 1º trimestre. Enquanto os custos cresceram 2,4%, os preços das mercadorias produzidas cresceram menos da metade: 1%”.

Por outro lado, a CNI pontuou que o preço de produtos manufaturados importados, em reais, teve um aumento de 6,1%, sobretudo em razão da queda do real frente à moeda norte-americana.

Já o agronegócio pode ter impacto positivo com a alta do dólar. No curto prazo, as commodities que têm alta demanda mundial, como soja, milho e carnes podem ter seus preços majorados.

Os produtos com preços definidos em mercado futuro nas bolsas internacionais e que têm preços mais baixos também lucram com a variação cambial, tais como café, açúcar e algodão.

De todas as formas, é necessário sempre pensar na proteção do seu patrimônio.

Para mais informações entre em contato conosco: https://www.rogercorrea.com.br/contato

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