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Foto do escritorRoger Correa

Como as eleições dos EUA podem afetar os mercados e os investimentos?

Dentro de poucos meses, em novembro, os americanos irão às urnas para escolher seu novo presidente. O republicano Donald Trump tentará a reeleição contra o democrata e ex-vice-presidente Joe Biden.

Além do cenário de pandemia, que afeta diretamente a economia, a eleição deste ano promete ser ainda mais polarizada, o ambiente social também anda agitado por conta de protestos contra a violência policial que têm tomado diversas das grandes cidades dos Estados Unidos.

A ideia deste texto é fornecer algumas considerações sobre como o cenário econômico irá se comportar caso Trump seja reeleito e como seria o cenário com o retorno dos democratas ao poder. E também como isso pode afetar o seus investimentos.

Cabe lembrar ainda que na visão de diversos analistas políticos, também existe um risco das eleições sofrerem contestações na Justiça, como foi em 2000, quando George W. Bush venceu Al Gore.

Vitória de Trump


Os três primeiros anos da gestão de Donald Trump foram marcados por uma forte queda no desemprego (o país atingiu a mínima de 3,5% em outubro de 2019) e também por um crescimento consistente da economia (média de 2,5% ao ano).

Este cenário positivo foi alterado fortemente neste ano com o estouro da pandemia do covid-19. A estagnação observada entre março e junho trouxe preocupação sobre as condições de recuperação. A manutenção do republicano no poder será marcada fortemente por esse aspecto.

Em discursos feitos na fase da pré-campanha, Trump alertou para a possibilidade dos índices acionários desabarem caso ele perca a eleição.

Recentemente, a CNBC consultou analistas de mercado sobre as eleições e as estimativas apontaram para uma subida de 5% no S&P com a vitória republicana. No entanto, a recuperação mais consistente ainda dependeria do cenário mundial e de como a aplicação da vacina contra o coronavírus estimularia a recuperação global.

Por outro lado, Trump ainda não detalhou sua política de cobrança de impostos para um segundo mandato. Mas já deu algumas pistas.

O presidente assinou em agosto uma ordem executiva diferindo a cobrança de impostos sobre a folha de pagamento da Previdência Social que são descontados do salário de cada trabalhador. O imposto de 6,2% será suspenso de setembro até o final do ano para funcionários que ganham menos de US$ 4 mil por qualquer período de pagamento quinzenal (ou seja, US$ 2 mil por semana ou US$ 104 mil por ano).

A ideia de um corte de impostos para a classe média pode ressurgir - potencialmente reduzindo a atual alíquota de 22% para indivíduos para 15% ou ajustando as faixas de impostos para colocar mais pessoas de renda média em suportes inferiores.

Também é esperado que o presidente busque status permanente para pelo menos algumas das disposições da Lei de Reduções de Impostos e Empregos (TCJA) de 2017 que reduziu os impostos para pessoas físicas.

Já em relação à guerra comercial contra a China, é esperado que Trump, intensifique tal postura, o que poderia afetar o setor de tecnologia principalmente.

Vitória de Biden


Caso o democrata saia vencedor das eleições de novembro, para alguns analistas, o impacto no S&P poderia ser de uma queda de 5% nos 30 dias após o pleito.

Isso porque no foco da campanha de Joe Biden está um possível aumento na tributação dos mais ricos. Por exemplo, para ajudar a fechar a lacuna de renda, ele tem o projeto de aumentar a maior taxa de renda pessoal de volta para 39,6% (ela foi reduzida para 37% pela lei de reforma tributária de 2017), limitar as deduções discriminadas para americanos mais ricos e eliminar gradualmente a dedução de 20% para receita de negócios qualificada para contribuintes de alta renda.

Por outro lado, não há a intenção de aumentar os impostos para ninguém que ganhe menos de US$ 400 mil.

O ex-vice-presidente também propôs eliminar a intensificação da base para bens de capital herdados, o que significa mais impostos sobre heranças e ainda pretende acabar com as taxas de imposto favoráveis ​​sobre ganhos de capital para qualquer pessoa que ganhe mais de US$ 1 milhão.

Também é esperado que a isenção do imposto federal sobre o patrimônio seja reduzida de US$ 11,58 milhões (em 2020) de volta aos níveis de reforma antes dos impostos (cerca de US$ 5 milhões), o que sujeitaria mais propriedades ao imposto.

Apesar do clima negativo que tais políticas fiscais de Biden podem ter sobre o mercado, há uma expectativa de que uma resposta abrangente à crise da saúde e os investimentos propostos em energia limpa e infraestrutura possam compensar a frustração dos investidores.

A presidência sob o comando de Biden deve adotar uma abordagem moderada nas relações com a China. Embora Biden apresente como projeto a evolução na geração de empregos para os Estados Unidos, a abordagem seria menos conflituosa e ligada ao estilo tradicional da diplomacia.

Composição do Congresso


Por fim, os planos de Trump e Biden dependerão da composição do próximo Congresso, que também será eleito em novembro.

Há sempre a possibilidade de um partido conquistar a maioria em uma das Casas e ficar sem a presidência. Neste cenário, haveria uma limitação para aprovação de boa parte das medidas projetadas durante a campanha.

Atualmente, algumas pesquisas indicam que os democratas poderiam alcançar a maioria tanto na Câmara quanto no Senado.

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