Ainda estamos no meio da pandemia do covid-19. E você já se perguntou como seria esse período se os planos de saúde não tivessem a capacidade de cobertura?
É justamente sobre isso que quero falar contigo. Ao atravessarmos um momento como o atual, em que os riscos de se contrair uma grave doença ou mesmo de ter sequelas por conta de uma infecção aumentam enormemente, o que você tem feito para se proteger e oferecer condições de proteção à sua família?
Neste aspecto a contratação de um plano de saúde internacional se torna uma opção bastante viável. Isso porque essa modalidade assistencial oferece atendimento em hospitais de ponta no mundo todo, algumas apólices oferecem cobertura de procedimentos de alta complexidade, sem falar da comodidade de ver filhos e parentes assistidos de forma plena e satisfatória.
Possuo uma experiência nesse assunto e quero trazer novamente algumas considerações sobre essa modalidade.
O seguro de saúde internacional é elaborado de uma maneira que proporciona aos clientes a liberdade de escolher seus médicos com custo competitivo, isso significa ter acesso aos melhores médicos e hospitais do mundo. Esse diferencial pode ser muito importante em situações emergenciais.
Para começar a nossa conversa vamos a uma rápida comparação. Você sabia que as companhias nacionais podem simplesmente escolher por não renovar a apólice se a sinistralidade estiver muito alta?
Isso pode deixar o “ex-segurado” numa situação muito delicada, principalmente se estiver no meio de um tratamento ou possuir idade avançada.
Já no seguro internacional, o rompimento do contrato só acontece se for da vontade do cliente. Em planos vitalícios as seguradoras não podem simplesmente cancelá-los. Como já dito, a renovação se dá em caráter automático e vitalício em quase todas as seguradoras.
Nos Estados Unidos, o órgão regulador dos seguros internacionais é o FDA (Food and Drug Administration). Pioneiros na aprovação de inovações tecnológicas na área médica, o FDA determina o rol de procedimentos a serem cobertos pelos seguros internacionais. É garantia dos mais excelentes níveis de qualidade. Além do mais, você pode ter acesso à novas tecnologias ainda não aprovadas no Brasil pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Em outro ponto importante, a cobertura de um plano de saúde com cobertura internacional é ampla e o segurado não precisa ficar ‘caçando’ locais para ser atendido. Os clientes têm livre escolha de médicos e hospitais em todo o mundo. Se você viaja com frequência ao exterior, as coberturas nacionais são extremamente limitadas.
Por possuir cobertura mundial e um número grande de segurados, os acordos com as redes credenciadas se revertem de forma positiva para os clientes, ou seja, mais opções ficam disponíveis.
Além disso, quando contratamos um serviço de seguro, precisamos que o bem a ser segurado esteja em perfeitas condições, esperando que, caso um dia ele sofra danos, a seguradora assuma os custos do imprevisto, e, nosso patrimônio seja preservado. Com o seguro saúde é a mesma coisa. O segurado precisa estar em boas condições de saúde no momento da contratação.
Pelo fato dessas companhias fazerem uma pré-avaliação de saúde antes da aprovação do seguro, o risco e sinistralidade são impactados financeiramente de forma extremamente favorável aos clientes.
Ainda não está convencido? Veja essa informação. Os reajustes de planos nacionais são geralmente de 20 à 30% ao ano, dependendo da sinistralidade, enquanto que os planos internacionais são de 3 à 4% ao ano.
Além disso, o mercado brasileiro de planos de saúde vive um momento de crise. Nos últimos anos mais de 3 milhões de pessoas deixaram de usar os planos de saúde tradicionais e optaram por dois caminhos: a rede pública ou atendimentos pontuais no sistema privado, como foco na atenção ambulatorial.
A saúde suplementar já sofria com os efeitos da depressão econômica e com o desemprego, quadro este que deve se aprofundar nos próximos meses devido à atual pandemia e estagnação econômica.
Neste cenário, criam-se novas oportunidades, como o impulsionamento de clínicas particulares e também a adesão a planos de saúde internacionais.
A ANS, que regula o setor, não disponibiliza números de adesões a planos de saúde que possuem abrangência mundial. Mas a opção tem sido considerada por muitas famílias.
O panorama do mercado brasileiro revela um modelo de estruturação que demanda uma presença maior do Estado. Um dos exemplos disso é que a regulação acaba mudando com frequência após decisões da agência.
O cenário é tão complicado que nos últimos anos a formação de grupos para contratação de planos de saúde acabou sendo uma saída tentada, principalmente por profissionais liberais, para amenizar os custos com o seguro saúde.
Agora vamos falar um pouco sobre como funciona a regulação e a estruturação dos planos de saúde no Estados Unidos.
Por lá, a estrutura de fiscalização e regulação do sistema de saúde possui duas grandes estruturas: o já citado FDA e o HHS (Department of Health and Human Services).
Enquanto o primeiro tem uma atuação mais abrangente, que passa por alimentos, remédios, próteses, vacinas e até medicamentos veterinários, o segundo tem como foco a estruturação do sistema de saúde de uma maneira geral, com políticas públicas e com interlocução com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e no apoio à entidades como a Cruz Vermelha.
O sistema do FDA prevê um conjunto de procedimentos para testes e aprovação de novos medicamentos. Segundo a agência, os analistas estudam a condição ou a doença para a qual o medicamento é destinado e avaliam o panorama atual do tratamento, que fornece o contexto para pesar os riscos e benefícios da droga.
Ao mesmo tempo, a FDA também pode acelerar a aprovação de novas drogas, caso o medicamento faça parte de alguma terapia inovadora e pode, ainda, rever alguma legislação em até 6 meses, principalmente se a mudança comprovar a eficácia em uma população significativa.
Já o HHS tem uma estruturação mais ampla, que passa também pelo registro de endemias, pelo apoio ao combate à doenças e por administrar o que sobrou do Obamacare.
O modelo do sistema de saúde ainda se adapta às mudanças implementadas pelo ex-presidente Barack Obama, que tentaram ampliar o atendimento por planos de saúde a uma parcela maior da população.
Na comparação com o Brasil, o modelo americano apresenta vantagens. Por aqui, também são duas agências que lidam com o tema: a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a ANS.
A marca principal de ambas é a burocracia e a demora para aprovação de normas e regulações.
Um exemplo disso vem no setor de medicamentos. Conforme nota publicada no site da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o tempo médio que medicamentos genéricos ou similares aguardam para ter o registro na Anvisa e serem vendidos nas farmácias bateu o recorde de 1.741 dias (quatro anos e dez meses) em 2017. Até mesmo aqueles remédios que entram na fila de prioridades levam cerca de 370 dias para a conclusão da análise.
Retornando ao modelo americano, os planos de saúde de lá possuem outras diferenças em relação aos planos nacionais. Uma dessas diferenças é o sistema de franquia.
O dispositivo funciona da seguinte maneira: o cliente paga o valor total das consultas, exames e outros procedimentos até que o teto da franquia. Supondo que o plano tenha deductible de US$ 1.500, tudo o que for feito abaixo do valor será pago pelo titular e tudo o que passar disso já passa a ser custeado parcialmente pelo plano.
Neste aspecto, existem ainda dois instrumentos: o co-pay e o co-insurance. O primeiro é a coparticipação por cada consulta médica e uso do plano de saúde. Como exemplo, é possível assinar um co-pay de US$ 40 por consulta realizada.
Já o co-insurance é o percentual sobre cada gasto que incide sobre o usuário. Em termos práticos, caso seja realizada uma cirurgia que tenha o valor de US$ 2 mil, com o teto de 30%, teria US$ 1.400 pagos pela operadora e US$ 600 pelo cliente.
Agora indo para o plano mais macro, os planos de saúde nos Estados Unidos podem ser divididos em dois grandes grupos: os HMO e os PPO.
Os HMOs (health maintenance organization) são um tipo de plano de seguro saúde que geralmente limita a cobertura aos cuidados de médicos que trabalham ou fazem contrato com o plano. Geralmente, não cobre os cuidados fora da rede, exceto em uma emergência. Um plano de saúde pode exigir que o cliente viva ou trabalhe em sua área de serviço para ser elegível para cobertura. Os planos de saúde geralmente oferecem atendimento integrado e enfocam a prevenção e o bem-estar.
Essa modalidade, mais básica, prevê a existência de um clínico geral (primary care physician ou PCP) que é o médico que terá o primeiro contato. O profissional dará o diagnóstico e pode encaminhar para especialistas, caso ache necessário. Alguns HMOs tem também limite de consultas, exames ou tratamentos.
Por sua vez, o PPO (preferred provider organization) é um modelo que contrata prestadores de serviços médicos, como hospitais e médicos, para criar uma rede de provedores participantes. O usuário paga menos se usar provedores que pertençam à rede do plano e poderá usar médicos, hospitais e fornecedores fora da rede por um custo adicional.
O PPO acaba sendo mais flexível, já que abre a possibilidade de agendamento de consulta direto com especialistas, sem precisar passar pelo clínico geral primeiro. Caso o cliente veja a necessidade de marcar consulta diretamente com um especialista, por exemplo, um ortopedista, pode selecionar um que esteja dentro do plano.
Neste formato, existem médicos in-network (dentro da rede coberta pelo plano) ou out-of-network (fora da rede de cobertura). Caso o paciente faça consulta com um profissional in-network, o plano vai cobrir uma parte maior da consulta na comparação com médicos out-of-network.
Tudo isso posto, neste momento quero provocar uma outra reflexão. O cenário dos próximos meses vai exigir muito planejamento e cautela.
Já imaginou ficar sem assistência médica?
O aumento dos custos e das mensalidades de planos de saúde têm causado preocupação para muitos brasileiros, que buscam formas de manter o acesso aos serviços, mas tentando gastar menos.
No entanto, o cancelamento de acordos precisa ser analisado com cautela e diversos fatores devem ser levados em consideração.
O primeiro é o custo de atendimento na rede privada, que é elevado e dependendo do procedimento realizado pode ultrapassar o valor pago pela mensalidade.
Neste aspecto, temos um dado interessante. De acordo com pesquisa realizada pela SPC Brasil, divulgada em janeiro de 2018, 69,7% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular ― seja ele individual ou empresarial ―, percentual que é ainda maior entre pessoas das classes C, D e E (77%).
Ainda conforme o levantamento, “quando essas pessoas precisam de atendimento, 44,8% alegam utilizar o SUS (Sistema Único de Saúde) ― principalmente os entrevistados das classes C, D e E (51,4%) ― e o restante (24,9%) arca com dinheiro do próprio bolso para pagar pelos serviços necessários”.
Por outro lado, 30,3% afirmam possuir plano de saúde, sendo que 13,2% têm o benefício pago pela empresa em que trabalham, 11,5% assumem os custos sozinhos e 5,6% tem o plano pago por terceiros, principalmente os mais jovens, de 18 a 34 anos (8,3%).
Essas informações mostram que a crise financeira naquele período já havia retirado milhares de pessoas da rede privada. O tema ainda deve ser agravar na atual crise, principalmente, quando observamos o fato de que o brasileiro não possui o hábito de poupar ou de formar reserva financeira.
Muitas pessoas têm utilizado o serviço de clínicas populares que funcionam como ambulatórios e prestam serviços de baixa complexidade e acompanhamento ambulatorial. As consultas variam de R$ 70 a R$ 120 e podem ser pagas em dinheiro ou cartão, com parcelamento em até dez vezes.
Nos últimos anos, as operadoras de planos de saúde têm apostado na prevenção como forma de redução dos custos operacionais. Esta ideia também pode ser adotada pelos usuários, principalmente ao adotar um estilo de vida saudável.
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